Não tente, caro leitor, imaginar o que significa em termos de poder de compra R$ 2,75 trilhões. Não compare isso com os salários astronômicos dos jogadores de futebol ou com os prêmios da Mega-Sena da Virada, que são, convenhamos, migalhas diante desses trilhões que o Governo Federal arrecadou do povo brasileiro em 2024.
Ora, com tanto dinheiro em caixa, era de se esperar que tivéssemos uma saúde pública de excelência, uma educação de primeira linha, rodovias impecáveis, e até quem sabe aquele sonhado trem-bala. O mínimo, não?
Acontece que é difícil encontrar um brasileiro — de norte a sul, de leste a oeste — que consiga ver, sem forçar a barra, alguma obra significativa do Governo Federal. Porque, acredite, elas são tão raras que quase podemos dizer que são uma espécie de miragem.
Mas por que isso acontece? Para onde foi essa montanha de dinheiro, que saiu do bolso do trabalhador brasileiro na forma de impostos?
Bem, no dia 30/01, o Governo Federal divulgou um Relatório com informações resumidas, mas reveladoras, sobre o destino dessa fortuna. Vamos ver, em linhas gerais, onde foi parar essa bufunfa toda.
Primeiro, é preciso destacar que a arrecadação do Governo em 2024 foi 14,1% maior do que em 2023 (R$ 2,41 trilhões). Porém, mesmo com essa arrecadação monstruosa, o Governo não conseguiu honrar todos os seus compromissos, pois, além dos juros da dívida pública, ainda faltaram R$ 35,5 bilhões para cobrir as despesas correntes.
A folha de pagamento dos servidores e encargos sociais consumiu R$ 366,7 bilhões (e sim, o meu salário está aí no meio, mas é uma fraçãozinha tão ínfima, tão irrelevante, que nem vale a pena ser mencionada).
O pagamento dos juros e encargos da dívida levou R$ 436,2 bilhões, o que representa um aumento de 33,9% em relação a 2023 (R$ 325,8 bilhões).
Sugiro ao leitor que se aventure em descobrir por que pagamos tantos juros da dívida. Prepare-se, você não vai gostar de saber.
As transferências para Estados, Distrito Federal e municípios somaram R$ 745,8 bilhões. Governadores e prefeitos, claro, fazem o que bem entendem com esse montante.
Agora, olhemos para as aposentadorias dos servidores públicos e militares, que somaram R$ 943,2 bilhões. Ou seja, um terço do que você paga de impostos vai para aposentadorias — algumas modestas, outras bastante generosas.
Agora, chega o momento de falarmos de algo que, de fato, poderia melhorar a vida do povo brasileiro: os investimentos (ou seja, as obras públicas). Pois bem, os investimentos ficaram em magros R$ 71,0 bilhões, ou seja, menos de 3% da receita arrecadada.
E agora, prepare-se para o parágrafo esculhambativo. Não há como elogiar um Governo que desperdiça tanto dinheiro público e destina uma miséria do que arrecada para o que realmente importa.
A gestão dos recursos públicos pelo Governo Federal, do ponto de vista de um simples pagador de impostos, tem sido uma piada. Falha, deficiente, precária, insuficiente, perdulária e, ouso dizer, até boêmia, pois gasta desmesuradamente com o que não interessa a ninguém e destina uma fração irrisória para aquilo que poderia, de fato, beneficiar a população brasileira.
Fonte: RREO 6º bimestre 2024 - Governo Federal
Governo descontrolado e deslumbrado com tanto poder que o dinheiro lhes confere. Estão consumindo o suor do povo brasileiro. Vergonhoso!!!
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