Depois de anos mergulhada na inépcia e na incompetência de gestores despreparados e desidiosos, Taubaté finalmente quebrou o ciclo de frustrações ao escolher, nas últimas eleições, um prefeito que pode representar a esperança há tanto tempo adiada. Sergio Victor, com a seriedade, o comprometimento e o espírito público que já demonstrou em seu curto tempo à frente da administração, dá sinais de que não será apenas mais um. Parcela significativa do povo taubateense acredita que o novo prefeito fará um grande governo.
E menos do que isso não se pode esperar, haja vista os incontáveis e graves problemas que tem pela frente, herança direta de administrações passadas que confundiram o conceito de gestão pública com uma permanente gincana de desmandos e descaso. O novo prefeito carrega o peso de uma expectativa coletiva que não admite soluções paliativas nem desculpas esfarrapadas.
A situação financeira do município, fruto de um longo ciclo de governos caóticos e gestões temerárias, é lastimável. A prefeitura acumula uma dívida bilionária: R$ 1,1 bilhão, segundo números apresentados pelo novo governo - valor que representa uma parcela substancial de toda a arrecadação anual do município.
O novo governo, porém, tem adotado medidas administrativas acertadas para conter gastos. São medidas duras, amargas, mas indispensáveis para sanear as contas públicas e abrir, ainda que uma pequena fresta, margem para retomar os investimentos que o povo taubateano espera há anos.
O corte de 30% nas despesas das secretarias, a suspensão de horas extras, a restrição a novos contratos e locações e a suspensão de concursos são determinações do prefeito Sergio Victor que demonstram seriedade e responsabilidade. Medidas que merecem aplausos por serem cabíveis e inadiáveis.
No entanto, cabe perguntar: não haveria outras medidas igualmente essenciais, mas ainda não adotadas? Por exemplo, a prometida redução do número de secretarias, conforme seu plano de governo.
Outra pergunta: o prefeito já encaminhou ao Legislativo algum projeto de lei suprimindo secretarias ou incorporando as funções de Mobilidade e Meio Ambiente à Secretaria de Planejamento, conforme prometido em campanha?
Por que manter as secretarias de Governo e Relações Institucionais, que consomem milhões de reais por ano? E é mesmo justificável a existência da esdrúxula e, por que não dizer, estapafúrdia Secretaria de Gabinete? Afinal, faz sentido um chefe de gabinete ter uma secretaria só para chamar de sua, drenando recursos escassos que poderiam ter destino mais nobre?
Quanto à redução das despesas correntes, a determinação de cortar 30% dos gastos foi de fato cumprida em janeiro?
Não se questiona a capacidade, o empenho e a determinação do prefeito Sergio Victor em enfrentar os desafios que tem pela frente e superar os muitos problemas administrativos que encontrou. Acreditamos que ele não só pode fazer um grande governo, mas também, pelo seu estilo de liderança e espírito público, tornar-se um farol a iluminar o caminho de outros prefeitos da região.
Mas, para isso, é urgente que suas ações estejam alinhadas com suas promessas de campanha, com o plano de governo e, acima de tudo, com os anseios do povo taubateense, que nele deposita suas melhores esperanças.
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