Por que o salário dos servidores esta atrasado? I

Quando o prefeito Juraci assumiu o governo em 1º de janeiro de 2017, a primeira e inadiável providência que deveria ter tomado seria a realização de uma detalha e minuciosa auditoria nas contas da prefeitura para saber e informar ao povo alenquerense como, de fato, ele estava recebendo a prefeitura.

Saber e informar, principalmente o grau de endividamento do município e quais as despesas não pagas que o seu governo herdou.

Principalmente porque o conturbado período anterior em que prefeito, vice e o presidente da câmara de então, se alternaram no poder criou um desastroso cenário de instabilidade que resultou, entre outras anormalidades, na ausência de informação das contas do município aos órgão de controle.

Os prefeitos que assumiram no quadriênio anterior não apresentaram de forma regular a prestação de contas no período em que governaram.

Mas que isso tem a ver com o cenário atual?

Não explica completamente, mas certamente contribuiu para o desarranjo administrativo e financeiro do atual governo, potencializado, evidentemente, por decisões administrativas gravosas ao interesse público.

Vejam só as dívidas, ou parte delas, herdadas dos governo anteriores:

No Relatório Resumido de Execução Orçamentária do 1º Bimestre de 2018, há um anexo denominado "Restos a pagar" no qual estão discriminados as despesas empenhadas, liquidadas e não pagas até o exercício anterior. Nesse relatório, desconsiderando o que o município pagou nos meses de janeiro e fevereiro de 2018, há um saldo total a pagar no valor de R$ 10.336.262,88.

Desse montante, R$ 7,09 milhões são dívidas relativas ao FUNDEB, quer dizer da função Educação.

Isso mesmo, mais de R$ 10,3 milhões de reais de dívidas contraídas no governo anterior e das quais não se sabe se é devida ou não porque o prefeito Juraci não realizou a necessária auditoria.

Nos meses seguintes, como iremos verificar, pode ter acontecido do atual governo ter pago parte desse "fiado" e, assim, contribuido para o descalabro financeiro atual.

Bom lembrar que parte dessas despesas não pagas antes de 2018 relacionam-se à folha de pagamento dos servidores municipais.

Repetimos novamente: as dívidas de exercícios anteriores não justifica completamente a situação atual, mas pode explicar e ser parte do problema.