Todo início de governo é marcado pela esperança legítima de que o gestor eleito conduzirá a administração de forma competente, trabalhando arduamente para atender aos anseios da população e, assim, justificar a confiança depositada pelos eleitores.
Pindamonhangaba, certamente, não é exceção a essa regra. A esmagadora maioria do povo pindense acredita que o prefeito eleito, Sr. Piorino, dedicará o melhor de si para cumprir as promessas feitas durante a campanha e promover uma gestão de sucesso, com realizações que o tornem como um dos governantes mais memoráveis da história de Pinda.
É claro que, entre o desejo e a realidade, existem inúmeros desafios a serem superados. O maior de todos talvez seja compreender que um governo bem-sucedido não se constrói sem a observância dos princípios mais elementares da boa gestão, entre eles, muito especialmente a AUSTERIDADE, condição sem a qual não há se falar em EFICIÊNCIA E EFETIVADE ADMINISTRATIVA.
O prefeito Piorino deve ter plena consciência de que a bonança que marcou o Governo Isael (2017-2024), período no qual houve extraordinário crescimento das receitas municipais, não se repetirá no quadriênio de 2025-2028. Isso é tão certo quanto o nascer do sol no leste ou a certeza de que, após o dia, vem a noite.
Um indicativo claro de que as receitas começaram a se estagnar é que, em 2024, as Receitas Correntes (R$ 901,34 milhões) não apresentaram crescimento em termos reais em comparação com 2023 (R$ 861,26 milhões), algo inédito após um longo período de grande expansão das Receitas.
Como Homem inteligente que é, o Prefeito Piorino deve ter a clara, exata, precisa noção de que o "Isaelismo" (fazer alguma coisa com muito) não será possível no seu governo.
Existem possibilidades de ampliar as transferências correntes dos governos federal e estadual? Nenhuma.
Há margem para aumentar impostos municipais ou instituir a polêmica Taxa do Lixo? Zero chance.
A resistência popular será expressiva, com centenas ou milhares de cidadãos se dirigindo à Câmara Municipal para manifestar sua indignação contra tais propostas.
Será possível contar com as emendas parlamentares federais e estaduais? Desaconselhável. É improvável que a "farra" das emendas continue nos moldes atuais.
Portanto, o governo Piorino terá como principal desafio implementar uma gestão eficiente, focando na redução drástica de gastos desnecessários, supérfluos e extravagantes. Dessa forma, será possível investir nas áreas prioritárias, como saúde e educação, e realizar obras essenciais para o desenvolvimento de Pindamonhangaba.
Um passo inicial necessário é a revisão da estrutura administrativa, com a redução de secretarias, coordenadorias, divisões, seções e cargos comissionados. A eficiência de uma gestão está diretamente ligada à capacidade de enxugar a máquina pública, e a administração de Pindamonhangaba, neste momento, parece sobrecarregada e ineficiente, como um "baiacu", de tão inchada.
As despesas de custeio também merecem uma revisão profunda, considerando que, durante o período de bonança, apresentaram um crescimento desmedido e alarmante.
Por fim, expresso minha esperança, ainda que possa ser visto como ingênuo, de que o governo Piorino alimenta o firme propósito de realizar uma administração voltada para as reais necessidades do povo de Pindamonhangaba. Tenho confiança de que ele atenderá aos anseios da população e àqueles que confiaram em seu compromisso de um governo que prioriza as questões mais urgentes e essenciais para a comunidade.
Excelente análise. Mas o aumento de cargos públicos vai na contramão de uma governança séria e competente. Precisa de bajuladores para endossar os erros e gastos inúteis para ter aprovação. Lamentável!!!
ResponderExcluirSem considerar que está por aí a tal da reforma tributária...
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