Blog do Evaldo Viana

Um Blog crítico, transparente, propositivo, e dedicado a discutir os mais variados assuntos e idéias, com ênfase especialmente em finanças públicas.

sábado, 8 de fevereiro de 2025

LIMITE DE FATURAMENTO ANUAL DO MEI VAI MUDAR?

fevereiro 08, 2025 2

Tramita no Senado Federal o Projeto de Lei nº 24/2024, de autoria do Senador Alan Rick, que propõe alteração no valor do limite de faturamento anual do MEI dos atuais R$ 81.000,00 para R$ 120.000,00.

A proposta já tem o parecer favorável do Relator, Senador Laercio Oliveira.

Segundo o Relator, o aumento do teto de receita bruta anual para enquadramento como MEI, dos atuais R$ 81 mil para R$ 120 mil, possibilitará a manutenção de empreendedores que, pelo efeito da inflação, tiverem sua receita bruta acima do teto atual, além da formalização da atividade de outros empreendedores na mesma situação.

Acrescenta ainda que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, cerca de 13,2 milhões de pessoas trabalhavam como MEI no Brasil, o equivalente a 69,7% do total de empresas e outras organizações e a 19,2% do total de ocupados formais, o que demonstra a relevância do incentivo a esta parcela do empresariado brasileiro.

Situação atual: Pronta para votação pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Relatório aprovado, segua ao Plenário. Aprovado por este, segue para a Câmara dos Deputados.

Vê-se que ainda há um longo caminho a trilhar para que os microempreendedores possam ver  limite de faturamento anual ampliado.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

ELOGIOS, UMA CRÍTICA E ALGUMAS PERGUNTAS AO PREFEITO

fevereiro 07, 2025 0

 


Depois de anos mergulhada na inépcia e na incompetência de gestores despreparados e desidiosos, Taubaté finalmente quebrou o ciclo de frustrações ao escolher, nas últimas eleições, um prefeito que pode representar a esperança há tanto tempo adiada. Sergio Victor, com a seriedade, o comprometimento e o espírito público que já demonstrou em seu curto tempo à frente da administração, dá sinais de que não será apenas mais um. Parcela significativa do povo taubateense acredita que o novo prefeito fará um grande governo.

E menos do que isso não se pode esperar, haja vista os incontáveis e graves problemas que tem pela frente, herança direta de administrações passadas que confundiram o conceito de gestão pública com uma permanente gincana de desmandos e descaso. O novo prefeito carrega o peso de uma expectativa coletiva que não admite soluções paliativas nem desculpas esfarrapadas.

A situação financeira do município, fruto de um longo ciclo de governos caóticos e gestões temerárias, é lastimável. A prefeitura acumula uma dívida bilionária: R$ 1,1 bilhão, segundo números apresentados pelo novo governo - valor que representa uma parcela substancial de toda a arrecadação anual do município.

O novo governo, porém, tem adotado medidas administrativas acertadas para conter gastos. São medidas duras, amargas, mas indispensáveis para sanear as contas públicas e abrir, ainda que uma pequena fresta, margem para retomar os investimentos que o povo taubateano espera há anos.

O corte de 30% nas despesas das secretarias, a suspensão de horas extras, a restrição a novos contratos e locações e a suspensão de concursos são determinações do prefeito Sergio Victor que demonstram seriedade e responsabilidade. Medidas que merecem aplausos por serem cabíveis e inadiáveis.

No entanto, cabe perguntar: não haveria outras medidas igualmente essenciais, mas ainda não adotadas? Por exemplo, a prometida redução do número de secretarias, conforme seu plano de governo.

Outra pergunta: o prefeito já encaminhou ao Legislativo algum projeto de lei suprimindo secretarias ou incorporando as funções de Mobilidade e Meio Ambiente à Secretaria de Planejamento, conforme prometido em campanha?

Por que manter as secretarias de Governo e Relações Institucionais, que consomem milhões de reais por ano? E é mesmo justificável a existência da esdrúxula e, por que não dizer, estapafúrdia Secretaria de Gabinete? Afinal, faz sentido um chefe de gabinete ter uma secretaria só para chamar de sua, drenando recursos escassos que poderiam ter destino mais nobre?

Quanto à redução das despesas correntes, a determinação de cortar 30% dos gastos foi de fato cumprida em janeiro?

Não se questiona a capacidade, o empenho e a determinação do prefeito Sergio Victor em enfrentar os desafios que tem pela frente e superar os muitos problemas administrativos que encontrou. Acreditamos que ele não só pode fazer um grande governo, mas também, pelo seu estilo de liderança e espírito público, tornar-se um farol a iluminar o caminho de outros prefeitos da região.

Mas, para isso, é urgente que suas ações estejam alinhadas com suas promessas de campanha, com o plano de governo e, acima de tudo, com os anseios do povo taubateense, que nele deposita suas melhores esperanças.


sábado, 1 de fevereiro de 2025

QUE O GOVERNO FEDERAL FEZ COM R$ 2,75 TRILHÕES?

fevereiro 01, 2025 1

 


Não tente, caro leitor, imaginar o que significa em termos de poder de compra R$ 2,75 trilhões. Não compare isso com os salários astronômicos dos jogadores de futebol ou com os prêmios da Mega-Sena da Virada, que são, convenhamos, migalhas diante desses trilhões que o Governo Federal arrecadou do povo brasileiro em 2024.

Ora, com tanto dinheiro em caixa, era de se esperar que tivéssemos uma saúde pública de excelência, uma educação de primeira linha, rodovias impecáveis, e até quem sabe aquele sonhado trem-bala. O mínimo, não?

Acontece que é difícil encontrar um brasileiro — de norte a sul, de leste a oeste — que consiga ver, sem forçar a barra, alguma obra significativa do Governo Federal. Porque, acredite, elas são tão raras que quase podemos dizer que são uma espécie de miragem.

Mas por que isso acontece? Para onde foi essa montanha de dinheiro, que saiu do bolso do trabalhador brasileiro na forma de impostos?

Bem, no dia 30/01, o Governo Federal divulgou um Relatório com informações resumidas, mas reveladoras, sobre o destino dessa fortuna. Vamos ver, em linhas gerais, onde foi parar essa bufunfa toda.

Primeiro, é preciso destacar que a arrecadação do Governo em 2024 foi 14,1% maior do que em 2023 (R$ 2,41 trilhões). Porém, mesmo com essa arrecadação monstruosa, o Governo não conseguiu honrar todos os seus compromissos, pois, além dos juros da dívida pública, ainda faltaram R$ 35,5 bilhões para cobrir as despesas correntes.

A folha de pagamento dos servidores e encargos sociais consumiu R$ 366,7 bilhões (e sim, o meu salário está aí no meio, mas é uma fraçãozinha tão ínfima, tão irrelevante, que nem vale a pena ser mencionada).

O pagamento dos juros e encargos da dívida levou R$ 436,2 bilhões, o que representa um aumento de 33,9% em relação a 2023 (R$ 325,8 bilhões).

Sugiro ao leitor que se aventure em descobrir por que pagamos tantos juros da dívida. Prepare-se, você não vai gostar de saber.

As transferências para Estados, Distrito Federal e municípios somaram R$ 745,8 bilhões. Governadores e prefeitos, claro, fazem o que bem entendem com esse montante.

Agora, olhemos para as aposentadorias dos servidores públicos e militares, que somaram R$ 943,2 bilhões. Ou seja, um terço do que você paga de impostos vai para aposentadorias — algumas modestas, outras bastante generosas.

Agora, chega o momento de falarmos de algo que, de fato, poderia melhorar a vida do povo brasileiro: os investimentos (ou seja, as obras públicas). Pois bem, os investimentos ficaram em magros R$ 71,0 bilhões, ou seja, menos de 3% da receita arrecadada.

E agora, prepare-se para o parágrafo esculhambativo. Não há como elogiar um Governo que desperdiça tanto dinheiro público e destina uma miséria do que arrecada para o que realmente importa.

A gestão dos recursos públicos pelo Governo Federal, do ponto de vista de um simples pagador de impostos, tem sido uma piada. Falha, deficiente, precária, insuficiente, perdulária e, ouso dizer, até boêmia, pois gasta desmesuradamente com o que não interessa a ninguém e destina uma fração irrisória para aquilo que poderia, de fato, beneficiar a população brasileira.



Fonte: RREO 6º bimestre 2024 - Governo Federal


quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

DESDE QUANDO REGIMENTO INTERNO AUMENTA NÚMERO DE VEREADORES?

janeiro 29, 2025 4

 


Os vereadores de Pindamonhangaba aprovaram, na tarde da última terça-feira (28/01), uma resolução alterando o Regimento Interno da Câmara Municipal para ampliar o número de cadeiras de 11 para 15. A justificativa? O indefeso povo, desamparado por um Legislativo de apenas 11 representantes, precisaria de mais "voz", pois os atuais parlamentares estariam sobrecarregados com o exaustivo trabalho de zelar pelo bem público — tarefa hercúlea que, ao que tudo indica, impõe sacrifícios físicos e mentais insuportáveis aos nobres edis.

Ainda sem discutir a real necessidade dessa expansão, cabe uma pergunta elementar: desde quando o Regimento Interno de uma Câmara Municipal tem força para redefinir a composição do Legislativo? Por acaso, agora ele se sobrepõe à Lei Orgânica do Município, dobrando-a aos seus caprichos como se tivesse força supralegal? Se assim fosse, quem precisa de Constituição, não é mesmo?



quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

REFORMA ADMINISTRATIVA E AUTOSABOTAGEM DO GOVERNO PIORINO

janeiro 09, 2025 2


O prefeito Ricardo Piorino assumiu o cargo no dia 1º de janeiro e, no mesmo dia, encaminhou à Câmara Municipal um Projeto de Lei propondo alterações na estrutura administrativa do poder executivo municipal.

Ao tomar conhecimento dessa proposta, pensei: O prefeito está com a intenção de promover um governo de grande envergadura e, certamente, adotará medidas administrativas para enxugar a pesada máquina pública que herdou da gestão do Sr. Isael. Imagino que ele tencione reduzir o número de secretarias de 18 para 14 ou 15, além de extinguir coordenadorias, departamentos, divisões, seções e cargos administrativos desnecessários e dispensáveis a fim de que abra espaço para mais investimentos.

Para nossa surpresa (confesso que fruto de uma incurável crença no bom senso e espírito público dos gestores), a proposta do prefeito visa, na verdade, ampliar o número de secretarias (de 18 para 20), criar mais um cargo de subprefeito distrital, dois cargos de secretários adjuntos, aumentar de 53 para 81 o número de assessores, criar dois cargos de chefe de gabinete das subprefeituras, mais 13 cargos de diretores de departamentos e outros 12 cargos de chefes de divisão.

E qual seria a justificativa para essa notável falta de sensatez administrativa e aparente indiferença ao contribuinte que custeará essa reforma? Segundo a mensagem que acompanha o referido Projeto de Lei, a proposta objetiva “tornar o governo mais eficiente” e “melhorar o desempenho das atividades realizadas pela administração pública, desenvolvendo suas funções e promovendo o interesse público”.

Ao que parece, as palavras mudaram de significado, pois o que o governo Piorino chama de EFICIÊNCIA, a meus olhos se afigura como hábil e costumeira prática de desperdiçar o dinheiro público ramificando o mais possível os cabides nos quais se penduram os partidários do gestor de plantão.

E quanto ($$$$$$$$$$), afinal, custará ao contribuinte essa reforma que tem por própósito criar um governo “grande” em detrimento de um governo realmente eficiente?

R$ 6.198.641,44 (seis milhões, cento e noventa e oito mil, seiscentos e quarenta e um reais e quarenta e quatro centavos) apenas em 2025, com aumento esperado nos anos seguintes.

Mais de seis milhões de reais destinados apenas ao pagamento de cargos comissionados. E a perdulária gastança não se limita tão só a esses milhões, pois, afinal, secretários, seus adjuntos, chefes de coordenadorias, departamentos, seções, entre outros, terão de dispor de muito mais recursos para a contratação de mais servidores para executar as complexas funções administrativas como servir água, fazer café, servir café, lavar o bule, tirar cópias, puxar cadeiras, empurrar cadeiras e realizar outras inúmeras atividades administrativas 'indispensáveis ao bom desempenho dos serviços públicos'.

Não podemos deixar de mencionar também que cada secretaria exigirá um prédio imponente, bem equipado e com mobiliário elegante. Além disso, haverá custos com consumo de energia, água, telefone, internet, aluguel de veículos, aquisição de combustível, material de expediente, como canetas, papel A4, papel higiênico, mais papel higiênico e tantos outros insumos para o exercício das atividades administrativas.

Ao final, quanto custará por ano, no total, essa famigerada reforma administrativa?  R$ 10.000.000,00? R$ 12.000.000,00?

E de onde virão os recursos para financiar a reforma administrativa do Sr. Prefeito Piorino, considerando que já podemos dar como certo que não haverá aumento na arrecadação própria nem ampliação dos repasses do Governo Federal ou Estadual?

Suspeitamos que uma parte dos recursos destinados à área da saúde (atualmente em torno de 30% da Receita Corrente Líquida - RCL) será redirecionada para custear esse projeto de criação de um governo “grande” idealizado pelo Sr. Prefeito.

Concordamos com essa Reforma? os senhores vereadores, eleitos para defender a causa e o interesse público e zelar pela correta aplicação do dinheiro do contribuinte irão aprovar esse disparatado projeto?

Ao que parece, infelizmente, o Sr. Piorino não terá um único vereador disposto a lhe fazer oposição. Isso é uma tragédia para quem já começa errando e não mostra ter precisamente noção do quanto se faz necessário a adoção de medidas de austeridade e das boas práticas administrativas.

Por fim, dado que o Projeto de lei em comento, já na Câmara de vereadores, se aprovada, irá causar um profundo e irreparável desgaste no Governo do sr. Piorino, compromentendo a qualidade dos serviços essenciais e os investimentos, não é de se acreditar e afirmar seguramente que há uma deliberada tentaiva de autosabotagem?

A pergunta é: essa coisa saiu da cabeça do prefeito Ricardo Piorino ou foi lhe imposta goela abaixo?

PS. A Câmara acaba de anunciar que haverá sessão extraordinária no próximo dia 13/01 exclusivamente para apreciação do Projeto de lei da reforma administrativa.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

QUE ESPERAR DO GOVERNO PIORINO?

janeiro 03, 2025 2


 Todo início de governo é marcado pela esperança legítima de que o gestor eleito conduzirá a administração de forma competente, trabalhando arduamente para atender aos anseios da população e, assim, justificar a confiança depositada pelos eleitores.

Pindamonhangaba, certamente, não é exceção a essa regra. A esmagadora maioria do povo pindense acredita que o prefeito eleito, Sr. Piorino, dedicará o melhor de si para cumprir as promessas feitas durante a campanha e promover uma gestão de sucesso, com realizações que o tornem como um dos governantes mais memoráveis da história de Pinda.

É claro que, entre o desejo e a realidade, existem inúmeros desafios a serem superados. O maior de todos talvez seja compreender que um governo bem-sucedido não se constrói sem a observância dos princípios mais elementares da boa gestão, entre eles, muito especialmente a AUSTERIDADE, condição sem a qual não há se falar em EFICIÊNCIA E EFETIVADE ADMINISTRATIVA.

O prefeito Piorino deve ter plena consciência de que a bonança que marcou o Governo Isael (2017-2024), período no qual houve extraordinário crescimento das receitas municipais, não se repetirá no quadriênio de 2025-2028. Isso é tão certo quanto o nascer do sol no leste ou a certeza de que, após o dia, vem a noite.

Um indicativo claro de que as receitas começaram a se estagnar é que, em 2024, as Receitas Correntes (R$ 901,34 milhões) não apresentaram crescimento em termos reais em comparação com 2023 (R$ 861,26 milhões), algo inédito após um longo período de grande expansão das Receitas.

Como Homem inteligente que é, o Prefeito Piorino deve ter a clara, exata, precisa noção de que o "Isaelismo" (fazer alguma coisa com muito) não será possível no seu governo.

Existem possibilidades de ampliar as transferências correntes dos governos federal e estadual? Nenhuma.

Há margem para aumentar impostos municipais ou instituir a polêmica Taxa do Lixo? Zero chance.

A resistência popular será expressiva, com centenas ou milhares de cidadãos se dirigindo à Câmara Municipal para manifestar sua indignação contra tais propostas.

Será possível contar com as emendas parlamentares federais e estaduais? Desaconselhável. É improvável que a "farra" das emendas continue nos moldes atuais.

Portanto, o governo Piorino terá como principal desafio implementar uma gestão eficiente, focando na redução drástica de gastos desnecessários, supérfluos e extravagantes. Dessa forma, será possível investir nas áreas prioritárias, como saúde e educação, e realizar obras essenciais para o desenvolvimento de Pindamonhangaba.

Um passo inicial necessário é a revisão da estrutura administrativa, com a redução de secretarias, coordenadorias, divisões, seções e cargos comissionados. A eficiência de uma gestão está diretamente ligada à capacidade de enxugar a máquina pública, e a administração de Pindamonhangaba, neste momento, parece sobrecarregada e ineficiente, como um "baiacu", de tão inchada.

As despesas de custeio também merecem uma revisão profunda, considerando que, durante o período de bonança, apresentaram um crescimento desmedido e alarmante.

Por fim, expresso minha esperança, ainda que possa ser visto como ingênuo, de que o governo Piorino alimenta o firme propósito de realizar uma administração voltada para as reais necessidades do povo de Pindamonhangaba. Tenho confiança de que ele atenderá aos anseios da população e àqueles que confiaram em seu compromisso de um governo que prioriza as questões mais urgentes e essenciais para a comunidade.


domingo, 15 de dezembro de 2024

O DETERGENTE ‘LIMPA-FICHA' DA CÂMARA DE PINDA

dezembro 15, 2024 3






No último dia 3 de dezembro, a Câmara Municipal de Vereadores de Pindamonhangaba aprovou, em primeiro turno, pela maioria dos vereadores (nove votos favoráveis), uma proposta de emenda que altera os parágrafos 2º, 3º e 4º do artigo 116 da Lei Orgânica do município.


Os dispositivos legais citados tratam dos impedimentos à ocupação de empregos públicos em comissão.

O texto original veda terminantemente a contratação de pessoas que tenham contra si representação com decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, ou seja, já condenados em segunda instância (TJ, TRF ou TRE).

A emenda apresentada para apreciação dos vereadores suprimiu a expressão "por órgão colegiado", vedando a nomeação para empregos ou cargos públicos apenas após a decisão condenatória transitar em julgado. Isso costuma ocorrer, em casos de pessoas com grande poder aquisitivo, 15 ou 20 anos após a suposta prática do ato delituoso.

A justificativa apresentada pelo vereador que propôs a emenda é de que "...faz-se necessária para garantir a presunção de inocência prevista na Constituição Federal...".

Sim, existe o princípio constitucional da presunção de inocência, que garante ao acusado o direito de ser considerado inocente até que se prove sua culpa por órgão judicial.

Uma condenação em primeira instância não reforça a inocência, ao contrário, atesta a culpabilidade.

A confirmação da condenação em segunda instância, por órgão colegiado, nos parece reforçar e atestar a culpa do acusado, ou melhor, do condenado.

É razoável que ao condenado sejam garantidos todos os meios recursais para provar que sua condenação é injusta e imerecida, mas não se deve dar ao princípio da presunção de inocência um caráter absoluto, afastando o direito da sociedade de ser administrada por pessoas íntegras, honestas e decentes, contra quem não pesem sequer suspeitas de atos atentatórios à coisa pública, muito menos de condenação por improbidade administrativa ou crimes contra a administração pública.

Não é descabido supor que a principal (talvez a única) preocupação dessa proposta seja assegurar a nomeação de alguém já condenado em segunda instância, a quem se pretenda garantir uma ocupação nos quadros de direção da prefeitura.

Ocorre, contudo, que, se essa for a razão casuística para alterar o texto original da Lei Orgânica, cria-se um problema monstruoso para o prefeito eleito, para os vereadores, para a sociedade e, também, para o sujeito já condenado em segunda instância.

Para o prefeito eleito, porque terá de conviver com um colaborador contra quem pesa não apenas suspeitas ou condenação em primeira instância, mas também a confirmação da sentença condenatória por um órgão colegiado, o que inapelavelmente manchará o seu governo.

Para os vereadores, porque a aprovação dessa emenda reforçará o sentimento de que o Legislativo Municipal despreza os anseios populares por mais ética, seriedade e probidade na política, além de deixar uma indelével mancha nos parlamentares da atual legislatura.

Para o "ficha-suja" que pretende se beneficiar da alteração na Lei Orgânica, a situação é péssima, pois todos os seus atos à frente do órgão público que for comandar estarão permanentemente sujeitos à suspeição pública, além de lhe suprimir o tempo necessário para se dedicar à difícil e árdua defesa de sua situação.

E para a sociedade, porque ficará cada vez mais possuída pelo sentimento de desânimo, desesperança e desespero ao saber que o poder executivo pode ter em seus quadros elementos condenados por crimes contra a administração pública. E terá a certeza de que os seus representantes no Legislativo são os responsáveis por tal enormidade.

Por isso, acreditamos na possibilidade de os nobres vereadores que votaram a favor da Proposta de Emenda à Lei Orgânica nº 004/2024, no primeiro turno (dia 03/12/2024), mudarem seu voto e rejeitarem a emenda, pois só assim estarão alinhados com 100% da população de Pinda, que repele, repudia e rejeita a alteração do artigo 116 da Lei Orgânica do município.

Amanhã (segunda-feira, 16/12/2024), às 14h, os vereadores apreciarão em segundo turno a proposta que permitirá ou não a ocupação de cargos e empregos públicos na prefeitura por pessoas condenadas em segunda instância.

Se pretendem ajudar o futuro prefeito a fazer um bom governo, se querem votar conforme a vontade da sociedade, se desejam dar a eventuais condenados por órgão colegiado as condições propícias para uma boa defesa e se anseiam mostrar ao povo de Pinda que são comprometidos com a causa pública e respeitam a vontade dos seus eleitores, acreditamos, sim, que os vereadores darão um rotundo NÃO à proposta de emenda nº 004/2024.


































quarta-feira, 30 de outubro de 2024

IMPOSTÔMETRO DO ESTADO DE SÃO PAULO

outubro 30, 2024 0

domingo, 20 de outubro de 2024

Receitas e despesas de R$ 600 milhões

outubro 20, 2024 0

 








Encontra-se disponível no site da prefeitura de Pindamonhangaba o Relatório Resumido de execução orçamentária do 4º bimestre, que mostra informações das receitas e despesas até o final do mês de agosto do corrente ano.


Nesse Relatório, que é de publicação obrigatória, por força de mandamento constitucional, vê-se que as Receitas correntes da prefeitura, de janeiro a agosto, somaram R$ 601,52 milhões, contra R$ 567,64 milhões do mesmo período de 2023, o que representa um crescimento de 5,97%.


As despesas correntes (despesas liquidadas), no período em apreço, foram de R$ 595,46 milhões. Em 2023 totalizaram R$ 517,61; aumento de 15,04%.


As Despesas com pessoal e encargos consumiram R$ 243,02 milhões; em 2023 R$ 224,84 milhões, ou seja, cresceram 8,09%.


Já as despesas de custeio, (despesas com água, energia, combustível, material de limpeza, coleta de lixo, remédios, etc )aumentaram de R$ 291,43 milhões (2023) para R$ 349,44 milhões em 2024, ou, em termos relativos, 19,85%. Um aumento muito acima da inflação.


Os investimentos, por seu turno, foram de R$ 32,44 milhões, contra R4 28,83 milhões em 2023. Incremento de 12,52%.


Quando analisamos as despesas nas principais áreas (funções), observa-se o seguinte quadro:



obs.: considerando as despesas liquidadas.



Nota-se crescimento expressivo das despesas com Cultura (230,69%) e incremento acima da inflação nas áreas da Assistência Social, Educação e Saúde.


Destaque negativo para as áreas da habitação ( -40,76%)  e Gestão Ambiental ( -20,42%).


É possível com base unicamente nessas informações asseverar que os recursos estão sendo bem ou mal geridos pelo Governo Municipal ? Não. É necessário que o cidadão contribuinte busque dados mais detatalhados.


Obs.: o detalhamento dessas categorias de despesas e funções pode ser encontrado no Portal da Transparência da prefeitura de Pindamonhangaba


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

TAXA DO LIXO: R$ 30,00 MILHÕES DA CARTEIRA DO POVO DE PINDA PARA OS COFRES DA PREFEITURA

outubro 17, 2024 3

 




O Sr. Isael Domingues, prefeito de Pindamonhangaba, encaminhou à Câmara Municipal de Pinda, na manhã desta quarta-feira (16/10/2024), o Projeto de Lei nº 171/2024, que dispõe sobre a criação da Taxa do Lixo (cujo nome oficial é mais pomposo).

O referido projeto tem apenas oito artigos e meia dúzia de anexos, mas pretende, se aprovado pelos vereadores, subtrair pelo menos R$ 30 milhões por ano do contribuinte pindense.

A justificativa do prefeito para a apresentação desse famigerado projeto é a de que a Lei Federal nº 14.026/2020 determina que as prefeituras cobrem do contribuinte a coleta de lixo por meio de uma taxa.

Esse argumento é tão falso quanto uma nota de R$ 3.

É uma falácia! Conversa pra boi dormir!

O contribuinte sempre pagou a coleta de lixo com os milhões de reais que a prefeitura arrecada de ISS e IPTU, impostos que, diga-se de passagem, abarrotam os cofres da prefeitura com mais de R$ 230 milhões (em 2025 deve chegar a R$ 250 milhões).

Por que só agora, após as eleições, o governo municipal vem com essa história de cobrar R$ 30 milhões de Taxa do Lixo por ano do povo de Pinda, se pode muito bem pagar pela execução desse serviço com a montanha de dinheiro que arrecada de impostos municipais?

Com receitas totais que devem chegar a um bilhão de reais em 2024, o gestor municipal ainda acha que precisa de mais dinheiro para pagar pela coleta de lixo, que é uma despesa básica do município.

Se os vereadores, na próxima terça-feira, dia 22 de outubro (não esqueçam: 22), aprovarem esse projeto do prefeito, o povo de Pinda deixará de contar com R$ 30 milhões para arcar com suas contas pessoais, o que certamente fará muita falta, principalmente aos mais humildes.

R$ 30 milhões deixarão de circular no comércio local.

R$ 30 milhões que, nos cofres da prefeitura, não sabemos precisamente onde serão aplicados, pois, como já dito, os serviços de coleta de lixo têm sido pagos com recursos de fontes já existentes.

Pode o prefeito Isael voltar atrás e retirar esse projeto como já fez anteriormente? Muito difícil, pois, ao que parece, o gestor municipal não dá a menor importância para os reclamos do povo.

O prefeito eleito, Sr. Piorino, pode intervir e pedir a retirada da Taxa do Lixo? Sim, pode. É o mínimo que pode fazer pelos eleitores que o escolheram para administrar o nosso município.

E os vereadores, o que devem fazer? Devem dar um rotundo NÃO ao prefeito. Estão no dever de rejeitar esse famigerado projeto, porque é, sem sombra de dúvida, uma afronta, uma ofensa e um acinte ao povo de Pindamonhangaba.

Abaixo, link do Projeto 171/2024 do prefeito:

Projeto de Lei nº 171/2024 - Taxa do Lixo Pindamonhangaba

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

372,45 BILHÕES PARA O GOVERNO TARCÍSIO EM 2025

outubro 10, 2024 0

 


No último dia 30 de setembro/2024 o Governador Tarcísio de Freitas encaminhou à Assembleia legislativa do Estado de São Paulo a proposta orçamentária para o exercício de 2025, com a previsão de receitas no montante de R$ 372,45 bilhões e fixação de despesas em igual valor ( obediência ao princípio do equilíbrio orçamentário).

O montante de recursos previstos para 2025 é 17,42% maior do que o de 2024 (R$ 317,20 bilhões) . É, sem dúvida, uma soma fantástica de recursos que, se bem destinada, segundo os princípios balizadores da boa gestão que tem sido adotados pelo Governador Tarcísio, pode contribuir positivamente para  atender de forma a mais satisfatória possível os anseios do povo paulista.

Na mensagem encaminhada aos deputados, anexa à proposta orçamentária, o Governador anuncia a criação do Programa SÃO PAULO NA DIREÇÃO CERTA cujas intervenções "...objetivam apurar a performance da administração, reduzir despesas da máquina pública e o porte do aparato estatal, com a finalidade precípua de expandir os investimentos. Aí se incluem: o aprimoramento qualitativo de programas orçamentários e da administração fiscal....".

Vê-se, pois, que o Governador Tarcísio sabe o que quer e sobretudo o que deve fazer para realizar o governo que o povo paulista e, afinal, o brasil deseja: um governo que siga com rigor os preceitos da responsabilidade fiscal, que corte gastos, que combata o desperdício ( a mensagem não fala em combate á corrupção) e que promova a expansão dos investimentos focados na construção de obras relevantes.

Devemos, contudo, observar acuradamente o quadro abaixo, que mostra a evolução das mais importantes categorias de despesas de 2022 a 2025 (previsão conforme o PLOA 2025) do Governo do Estado de São Paulo.

Chama a atenção o fato das Despesas com Pessoal e encargos sociais terem evoluído de 35,78% das receitas totais (2022) para 40,30% (2025).

As despesas de custeio, por outro lado, sofreram redução, ainda que modesta: consumiram 47,66% do total das receitas em 2022 e a projeção para 2025 (segundo o PLOA) é de 46,30.% das receitas totais.

Quanto aos Investimentos, é forçoso dizer que o Governo Tarcísio ainda não está entregando o que desejamos e ele anuncia em sua mensagem à ALESP: Robustez.

Em 2022, último ano do Governo Dória/Rodrigo Garcia, o Governo do estado investiu R$ 24,80 bilhões, ou  7,89% das Receitas totais. Em 2023 caiu para 5,56%; em 2024 prevê-se 6,54% e em 2025 os investimentos devem patinar, segundo projeções do PLOA 2025, em 5,77%.

Esse humilde escravinhador declara-se fã do governador Tarcísio, admirador de seu estilo administrativo e torce como ninguém para que ele faça um governo exitoso em São Paulo e mais adiante replique o sucesso no comando do Governo Federal.

Contudo, pensamos que a execução orçamentária dos próximos anos do seu Governo vai ter de entregar mais austeridade, mais investimentos e menos boas intenções.

Nos próximos textos vamos detalhar um pouco mais a proposta orçamentária do Governador para 2025, focando nas áreas e órgãos mais importantes.












domingo, 22 de setembro de 2024

OS 135 DO GABINETE-CABIDEIRO DO PREFEITO TOM

setembro 22, 2024 1

 


Não sei precisamente qual o tamnho do gabinete do prefeito de Alenquer,talvez tenha entre 20 a 30 metros quadrados, ou talvez um pouco mais. Sei, porém, que nessa sala trabalha muita gente, para ser mais preciso, nela estão lotados 135 servidores. Isso mesmo: 135 funcionários. 

Todos recebendo seus salários em dia, que consomem dos cofres da prefeitura de salário e encargos sociais quase R$ 3,0 milhões por ano.

Difícil imaginar como uma sala de 20 ou 30 metros quadrados pode acomodar 135 pessoas. Seria o caso de inscrever essa façanha no livro dos recordes.

Mais difícil ainda de imaginar é como o prefeito dá conta de ler os relatórios de tantos colaboradores.

Que fazem mesmo, na real, essa multidão de gente lotada no gabinete do prefeito Tom?

Talvez um bom número dessses funcionários seja responsável por reportar ao prefeito quantas ruas estão esburacadas ou precisando serem pavimentadas.

Outro tanto devem ser responsável por falar ao gestor que faltam remédios e médicos nos postos de saúde.

Mais uma penca deve falar diariamente ao mandatário que as escolas estão caindo aos pedaços e que o transporte escolar é precário.

Mais uma dezena tem a incubência de chamar a atenção do prefeito para o fato da merenda escolar não estar sendo distribuida nas escolas da várzea e outros digam a ele que na zona rural se dá o mesmo.

E é possível que meia dúzia desses 135 assessores digam ao prefeito que se faz urgente diminuir as despesas da prefeitura, começando por enxugar a folha de pagamento, demitindo quem ganha sem trabalhar e sequer comparece ao local de trabalho porque não há trabalho a fazer.

Uma coisa é certa: se o prefeito tivesse uma pitada de noção do que é ser administrador público, compromisso com um governo sério, responsável e honesto; tivesse vontade de trabalhar para resolver os problemas básicos de saúde, educação e infraestrutura, ele certamente contrataria mais do que dez funcionários para o seu gabinete.

Assim, contratando só o necessário para assessora-lo, o seu governo teria uma economia de mais de dois milhões de reais, dinheiro que ajudaria muito o município se fosse destinado, por exemplo, ao Hospital Santo Antonio, que precisa desesperadamente de recursos para o funiconamento da UTI implantada.

Mas o Governo Tom não tem sensibilidade para entender o que é prioridadade. O que ele gosta é de ostentar um rico e espaçoso gabinete com um lustroso cabideiro de emprego no qual estão pendurados os sesu chegados.


No link abaixo, a relação completa dos 135 lotados no Gabinete do prefeito de Alenquer:

Relação completa dos funcionários lotados no Gabinete do prefeito Tom Silva





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